13 de Outubro de 2006. Esta é uma data que nunca esquecerei. Este ano deixei passar o dia, mas muitas vezes me recordo. Não só por tudo o que esse dia significou, mas pela união de um grupo que nunca esquecerei.
Encontrei um texto que escrevi pouco dias depois desta sexta-feira 13 de Outubro.
"Mais um final de domingo como todos os outros...o Benfica e o Porto ganharam ontem, o Sporting entra em campo daqui a menos de 20 minutos. Mas a minha pergunta é: será que em Portugal o futebol se resume aos 3 grandes e à 1ª Liga? Quanto a mim o futebol é muito mais. Hoje preciso de fazer um grande desabafo!Sou finalista de Comunicação Social e tenho uma imensa paixão por futebol. Jogo num pequeno clube da 2ª divisão distrital da Associação de Futebol de Lisboa. Pequeno em tamanho, mas em uniao ninguém nos supera.
O tempo passa a voar, mas as imagens de Miklos Feher a cair inanimado no relvado de Guimarães estão ainda bem vivas na cabeça de todos... 6ª feira o mundo desabou no nosso pequeno clube.
O treino decorria com a normalidade do custume, quando o nosso mister, Artur Naia, 61 anos, caiu inanimado no pelado. Desde logo a impotência, as corridas infernais até ao balneario para ligar para o 112, as luzes azuis a irromperem pelo campo, as tentativas frustradas de reaniamação, a paragem, a confirmação, o cair do pano para Artur Naia.
Tentei ser forte, por entre colegas a chorar, a esmurrarem e pontapearem tudo o que aparecesse à frente, não consegui!
Até chegar o filho, Jorge Naia, nosso adjunto que nesse dia não pode ir ao treino, a revolta, o desespero. Uma 6ª feira 13, será que terei de começar a acreditar em superstições?
O sonho do mister era fazer de nós campeões, acreditava mais que ninguém que poderíamos subir de divisão, decidimos jogar hoje, domingo. Dedicar-lhe uma vitória que por muito que nos pudesse animar a alma não o trará de volta, mas certamente o faria sorrir, esteja onde estiver. Falhámos! Perdemos 2-0 com o Cascais.
A frustração de não lhe termos conseguido oferecer a vitória mas ao mesmo tempo a sensação de dever cumprido por termos lutado. Chorámos! A água que correu nos chuveiros veio mais salgada com a mistura das lágrimas de todos nós e chuva que caía lá fora disse-nos que ele chorou connosco.
Até sempre Artur Naia!"
Falo disto hoje, uma vez que voltou a acontecer um caso semelhante. Kevin Widemond, basquetebolista da Ovarense, faleceu hoje, durante o intervalo de um jogo.
À família, e principalmente aos colegas que assistiram a tudo, envio a minha palavra de apoio. Não sendo mais um, mas sendo um que sabe perfeitamente o que estão a passar.
Saber o que é perder uma pessoa que nos é querida é daquelas coisas que nunca se sabe de cor...
ResponderEliminarSinceramente é um assunto com o qual não sei lidar. Passar pela ida "para sempre" de alguem ultrapassa-me as palavras e as ideias. É daquelas coisas que só sai cá para fora através do que os comuns mortais chamam de lágrimas mas que no fundo sentimos que é uma forma de aliviar a perda e a dor.
Já me alonguei mais do que queria sobre o tema!
Os meus sinceros sentimentos à familia do jogador, aos colegas e a todos os que da vida dele faziam parte. Lembremo-nos que aqueles que amamos não morrem, apenas partem antes de nós!
A ti,os meus parabéns por um texto tão bonito. É preciso coragem para reviver certas coisas.
Beijinho
Joana...a ti obrigado por CONTINUARES a ser minha amiga
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