sábado, 30 de janeiro de 2010

Pobreza? Não! Uma riqueza de recordações

Epá, não me podia esquecer de falar disto. E o jogo contra a pobreza? Alguém se lembra que eram os amigos do Zidane e os amigos do Ronaldo? Esqueçam! Foi muito mais bonito ver o Vitor Paneira, que continua a cruzar melhor que o Abel e o João Pereira juntos... o Neno ainda abancava o Helton ou o Rui Patrício... o Mozer com uns treininhos mandava o Polga de volta para o Brasil. E o Shéu? Esqueçam lá Fernandos e Miguel Velosos. Por falar em Veloso, o pai...aqueles carrinhos. Enfim que saudades.

Até as quedas do Magnusson... epa, eu tinha uns 5 ou 6 anos e lembro-me de ver aquele matulão na velha Luz a facturar como gente grande. Deixem-no cair, está perdoado por tudo o que fez.
E o Rui Costa? Tanta pena que tenho de já só o poder ver jogar nestas "brincadeiras". E o Chalana? Aquele pé esquerdo continua de veludo.

Enfim, oh tempo volta para trás. Ainda assim, fiquei um pouco desiludido. Faltaram nomes que para mim eram obrigatórios a uma festa desta medida: João Pinto, Michel Preud'homme, Ricardo Gomes, Isaias, Cesar Brito, Vata, Diamantino, Alvaro Magalhães, Paulo Sousa. Tantos outros!

Repitam isto, uma vez por semana, vá.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Conversa de taxista

Ontem houve um que me disse assim:

"Somos gente de sangue muito coalhado. Quando nos querem ir à rabadilha, comemos e calamos"...

Calei-me, paguei e saí

Despedida (ou um até já)

E os três meses chegaram ao fim. O que é bom passa depressa, pelo menos é o que costumam dizer. Neste caso confirmou-se. Desde o dia 6 de Outubro (o meu primeiro dia aqui, entre vocês) que digo que estou aqui para aprender. E aprendi, sem dúvida. Desde o primeiro até ao último dia.



Mais do que gostar, foi para mim uma honra aprender com mestres como o Miguel Coelho, Celso Paiva e Maria João Costa (para estes, gostava de deixar um abraço e um obrigado muito especial). Puxaram por mim, corrigiram quando necessário, incentivaram…gostei.



Não posso esquecer também a Paula Varela, com quem fiz o primeiro trabalho de rua, logo no dia que comecei o estágio (arruada da campanha do António Costa), do Paulo Neves, da Liliana Monteiro, do João Duarte, da Marina, da Dora, da Joana, da Manuela, do Ricardo, do Francisco, do António Soares, da Anabela, do Luis Araújo, da Sandra Afonso, da Ana Carrilho, da Ana Paula Santos, da Angela Roque, da Carla Fino, da Cristina, da Dina, do João Pedro, da Lídia, da Marta Velho, do Paulo, da Vera…ufa…



Um abraço também para o “pessoal da net”, em especial para o grande Carlos e para a “prima” Ana Cabrita. Para o pessoal do bar e para os técnicos.



Para o fim, mas talvez ainda mais importante, uma palavra especial para o José Carlos Silva (se não fosse ele não estaria aqui) e para a Sofia.



É praticamente certo que me esqueci de alguém. Peço desculpa. Tanta gente e tanta aprendizagem, faz sempre com que o esquecimento nestas alturas fale mais alto.



A partir de agora, desejo a maior sorte e felicidades a este grupo fantástico.



Vemo-nos por aí...



Hugo Calado

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Maldito coração de pedra

Maldito este coração de pedra que não pára de bater. E que dia após dia insiste em bater mais e mais.
Às vezes só me apetece chamar-lhe nomes, bater-lhe. Ainda mais do que o que ele já bate. Desisto. Acho que não resultava. Bem tratado ou mal tratado ele não pára.

Repousa. Mas de imediato volta a bater ainda com mais força. Abraça outros corações. Aqui, ali, além. Em todo o lado. Um amigo amoroso, um amor amigo. Um amor novo, uma paixão antiga. Tudo! Tudo no mesmo saco, misturado, imiscuido em chamas, abraçado à solidão.

Bateu amanhã e baterá num ontem relembrando que hoje não pode parar. Não pode porque não deve. Não pode porque não quer e não deixa. Não deixa ele nem deixo eu. Nunca!
Tu, maldito, que um dia já viveste só, tão acompanhado. Agora vives rodeado de tudo que no fundo é um nada cheio de experiências.

Relaxa. Bebe as feridas e arranhões que por aí deves ter. Cresce. Sem medo vagueia por ruas escuras à procura de outro assim, igual a ti. Ou então, tão diferente mas apaixonante.

Segue. Voa! Grita, esperneia, rebenta pelas costuras. No fundo são costuras fracas, remendadas. Elas aguentam. Digo eu. Ele é meu. Faço-o bater. Baterá enquanto eu quiser e deixar.

Canta. E dança. E pontapeia. E dorme...Sossega. Não queiras tudo ao mesmo tempo. O tempo não partilha a mesma pressa que tu. Vais à frente do tempo, tão à frente que ele já não te vê.

Faz sinais de luzes, buzina. Espeta-te contra um muro, contra uma árvore, um rochedo. Mas espeta-te! Com força, maldito, para ver se acalmas.

És tramado, és lixado, és fodido! Fodido é pouco! Maldito que não sabe o que quer. Quer tudo e não tem nada. Experimenta tudo e nada saboreia. Tem calma.

Estás aqui. Sinto-te. Continua a bater, mais um bocadinho. Acelera, abranda, pára!
Parar é morrer, por isso continua. E bate, bate...

Inspira...expira...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Pensem nisto (9)


Ainda que os teus passos pareçam inúteis, vai abrindo caminhos, como a água que desce cantando da montanha. Outros te seguirão...




Antoine de Saint-Exupéry, escritor (1900-1944)